"O menos é mais."
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sábado, 8 de janeiro de 2011

Gato de Schrödinger

Janelas quebradas do meu quarto
Cabeça sufocada em pleno parto
Estrelas pálidas derretem no céu
Junto de mil sóis espalhados ao léu
Tão certo, tão certo, tão certo
Pulsa o mundo indiferente assim
Tudo disso é tanto e nada pra mim
Mesmo quando perto, perto, perto...
Parece-me cheio do nada, um deserto
Enquanto todos em volta vivem completos
Sólidos esparramados pelo chão
Fecho um dos olhos abaixo do vão, da porta
Torno mais um copo de arte
Consumo até a última gota
Eu mesmo, eu mesmo, eu mesmo
Quebro-me, parto-me
Espalhado ao chão vibrante
Perco-me, perco-me
Não há diferenciação entre chão e mão
Corpos e socos
Água e baba
Dor e alegria
Início ou fim do dia
Eterno e instante
Pálido e vibrante
Vivo e morto

quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

Eterno retorno do mesmo

Corro demais sem sair do lugar
Caminhos e portas que dão voltas e voltas
Tudo que passou permanece aqui
Nesse mundo dos sentimentos
Não há o que se possa fazer 
Sentirá o mesmo do mesmo jeito
Ao mais minucioso, nada é diferente
Se tens chocolate, coma-o
Coma chocolate pois é o que importa
Mudar para se tornar o que já foi
Pois bem, me dê essa grande transformação
Do camelo ao leão, do leão à criança
A diferença é que agora se percebe a não diferença
Mudar é apenas tornar a si novamente
Mais uma vez... mais um vez... mais uma vez

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Eterno querer

Persisto, desisto, intenso e sereno
Entendo, revejo, desprezo e quero
Vivo muito vivo, em você e comigo
Saiba que te quero a gotas e em dobro

Quero tudo do leve ao grave
Do breve ao eterno do livre ao perto
Quero o nada que compartilha tudo que tem
Quero o amor que parte mas logo vem

Serei injusto pra fugir do tédio
Serei amável... até chato
Pra te perder e te ganhar
Tudo isso e o inverso
Pra ter o riso exaltado após o choro
Pra conhecer a glória dos perdedores
Tudo isso eu quero mas nem sempre quero
Querer amar, ah... isso sim me é eterno

domingo, 26 de setembro de 2010

Vontades, medos e música

No meio dos seus segredos
Passo a noite a pensar se é passageiro
Adormeço cansado sem saber onde está
Não sei o que é real ou pesadelo
Num sono torturante que estou preso
Interrompido com seu telefonema
Você veio me trazer alívio, o seu peito e um aconchego
Fico a pensar que isso é tudo que preciso
Mas insisto em lhe ter e depois renunciar
Então você me diz que sou um menininho cheio de vontades e medos

Por tanto te querer também preciso te perder
Este é meu pecado: me apaixonar e depois renunciar
Talvez seja apenas um menininho cheio de vontades e medos

Guardo em mim uma lembrança bonita e seu sorriso
Sobra em mim pretensão e solidão numa caverna escura
A estrada sempre volta para o mesmo lugar
Estamos sós e todos nós vamos continuar assim
Cada um com seu fado e seu destino
Para sempre serei um menininho com vontades e medos
E obrigado por passar uma parte do caminho
Comigo.