"O menos é mais."

sábado, 8 de janeiro de 2011

Gato de Schrödinger

Janelas quebradas do meu quarto
Cabeça sufocada em pleno parto
Estrelas pálidas derretem no céu
Junto de mil sóis espalhados ao léu
Tão certo, tão certo, tão certo
Pulsa o mundo indiferente assim
Tudo disso é tanto e nada pra mim
Mesmo quando perto, perto, perto...
Parece-me cheio do nada, um deserto
Enquanto todos em volta vivem completos
Sólidos esparramados pelo chão
Fecho um dos olhos abaixo do vão, da porta
Torno mais um copo de arte
Consumo até a última gota
Eu mesmo, eu mesmo, eu mesmo
Quebro-me, parto-me
Espalhado ao chão vibrante
Perco-me, perco-me
Não há diferenciação entre chão e mão
Corpos e socos
Água e baba
Dor e alegria
Início ou fim do dia
Eterno e instante
Pálido e vibrante
Vivo e morto

quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

Eterno retorno do mesmo

Corro demais sem sair do lugar
Caminhos e portas que dão voltas e voltas
Tudo que passou permanece aqui
Nesse mundo dos sentimentos
Não há o que se possa fazer 
Sentirá o mesmo do mesmo jeito
Ao mais minucioso, nada é diferente
Se tens chocolate, coma-o
Coma chocolate pois é o que importa
Mudar para se tornar o que já foi
Pois bem, me dê essa grande transformação
Do camelo ao leão, do leão à criança
A diferença é que agora se percebe a não diferença
Mudar é apenas tornar a si novamente
Mais uma vez... mais um vez... mais uma vez