"O menos é mais."

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Um dos bons motivos de contar a idade é poder reclamar que esta' velho. Mas chato mesmo é ser criança, com toda a solidão e incompreensão que sofrem.

domingo, 6 de fevereiro de 2011

    "Pouco me importa. Pouco me importa o quê? Não sei: pouco me importa." Fernando Pessoa
Conheci uma criança, inocente, como toda criança. Ela brincava, às vezes se machucava, tudo era apenas mais uma brincadeira. Já fui criança, não sei quando nem como, mas disseram que cresci, se é uma coisa que acontece não sei, sei que parece bem importante. Quase sempre a idade é a primeira a coisa a se saber quando se tem uma relação. Nietzsche havia dito que a vida se torna mais dura quando chegamos próximo ao topo, é impossível chegar próximo ao topo se ainda não viveu o suficiente, assim os mais precisos podem dizer que a vida para alguns adultos é mais dura. Admiramos uma vida dura, basta olhar àqueles vagabundos de vida boa e logo nos vem uma aversão bem forte, porém, dizer que um sujeito é trabalhador é sinônimo de um bom sujeito. O mesmo às vezes dizem para as mulheres, mas ao invés de trabalhadores, preferimos dizer que são boas mães. A sociedade espera isso das mulheres, eu sei, é uma grande bobagem. Me distraí e esqueci de falar sobre a criança do primeira parágrafo. É assim que sinto as coisas a minha volta, o personagem principal é esquecido, voltamos os holofotes para nós mesmos. Sempre. 
    A criança não era tão interessante assim, tanto que sua história foi substituída por uma mera reclamação. O ator principal não vale nada, no fim estamos apenas confirmando se a peça é boa suficiente pra merecer nosso elogio, como se nosso elogio valesse algo, talvez para alguns críticos profissionais valha algo, mas só porque alguns jornais idiotas acreditam na senioridade do crítico e lhe dão dinheiro. 
     Pois bem, de fronte à isso, pergunto: o que me importa? Tão cansado ao ponto de estar cansado demais para terminar esse texto, que poucos irão se envolver, pois é tão pessoal e singular, em outras palavras, inútil. Só vale para mim.
     Hoje eu quero comer um lanche com hamburger e queijo. Quero dormir e acordar sem sono. Acordar e pensar que nada precisa ser aprendido, tão pouco descoberto, não existe nenhuma verdade pra ser dita. Apenas quero pensar no meu café e olhar atentamente a janela pra saber se irá chover, sentar no ônibus, chegar no trabalhar e falar: Bom dia.